LN – Inflação sem freio: voltou a acelerar em março e teria fechado em torno de 7%

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Num contexto social degradado, com rendimentos que derretem face aos preços e em início de campanha, A inflação voltou a acelerar em março e a alta dos preços teria ficado em torno de 7%. Nesse sentido, caso esse número se confirme, a medição ano a ano já estaria próxima de 110% enquanto um final de ano de três dígitos se torna inevitável.

O terceiro mês do ano, sabe-se, é sazonalmente alto, principalmente por conta do início das aulas que elevam os preços da categoria Educação. Alimentos e bebidas têm moderado seu aumento, mas ainda em níveis muito elevados. Mas também houve um aumento nos valores regulados, com aumentos em água, gás e pré-pago, entre outros.

Para abril, os analistas esperam uma leve desaceleração, para um piso em torno de 6%, o que ainda é extremamente alto e distante dos 4% ao mês que o Ministério da Economia vinha traçando como “caminho”. De fato, para atingir 60%, entre março e dezembro, a inflação teria que ter uma média de 3,5% ao mês. Conhecidos os dados de fevereiro, o Tesouro já questionava a possibilidade de a projeção oficial (60%) ser alcançável.

Ministro Sergio Massa durante o encerramento do regime de fomento às exportações agroindustriais

Economistas consultados por A NAÇÃO Eles mostraram um amplo consenso de que a aceleração da inflação em março era um fato. Por questões metodológicas e relacionadas à pesquisa, o valor está numa faixa que vai de 6,8% a 7,6%. Em 2022, a alta de preços em março havia sido de 6,7%. Naquela época, os preços haviam sido atingidos pelo início da guerra no Leste Europeu, argumento que se tornou desculpa oficial ao longo do ano.

Para a consultoria C&T, o aumento de preço foi de 7%. “A taxa de inflação foi a maior dos últimos 7 meses e também superou o pico de março de 2022. Dessa forma, a variação em doze meses continuou subindo, e chegou a 107,7% para o IPC C&T”, Eles disseram na empresa dirigida por Camilo Tiscornia, onde esperam um aumento anual de 102,9% em dezembro.

A educação liderou o aumento no mês. Para C&T subiu 14,9%, refletindo o avanço nas mensalidades, bem como nos custos com insumos, livros e materiais didáticos. Alimentos e bebidas aumentaram 7,7%, abaixo dos 10% de fevereiro. “A carne moderou seu aumento nas últimas semanas, embora tenha registrado uma alta média de 9% no mês. Óleos, panificação e bebidas apresentaram desaceleração mensal, enquanto laticínios, frutas e principalmente hortaliças aceleraram”.

A Saúde (pré-pago e medicamentos) e a Habitação (aumento do gás e da eletricidade) também subiram cerca de 7%, que subiram 7,4%. Gasolina, cigarro e passagens de ônibus e trem (indexadas) também aumentaram no mês, segundo a C&T.

“Com regulados e outros sazonais, chegamos a 6,8%”, Disseram à consultoria LCG, que também observou uma desaceleração na alimentação. Na consultoria de Orlando Ferreres & Asociados eles ainda não fecharam, mas calculam 7%.

“Os dados de inflação de março estariam situados em 7%”, eles indicaram no EcoGo. A empresa estimou que os produtos regulados puxaram o indicador do mês para cima, devido aos aumentos de combustível (3,8%), metrô (38%), escolas particulares (16,38%), pré-pago (7,66% para quem tem renda acima de seis salários ou não preencheram o formulário e 5,04% caso contrário), passagens de trem e ônibus (6%, equivalente à inflação de janeiro), gás (13% em média), água (15,7% em média), telefonia, TV a cabo e internet e táxis (30%), entre outros.

núcleo da inflação

O Analytics também estimou um avanço de 7% para março. “O [inflación] núcleo continua alto, em parte devido à inércia e em parte porque as expectativas cambiais não ajudam”, disse Ricardo Delgado, diretor da consultoria.

“Em março, o IPC GBA Ecolatina subiu 7,4% (+107,5% anual), mostrando o maior aumento mensal desde julho de 2022 (7,5%) e consolidando a aceleração verificada nos dois primeiros meses”, estimaram na Ecolatina. “Alimentos e bebidas desaceleraram sua taxa de crescimento para 6,7%, de 10,6% em fevereiro, com moderação em carne bovina (+15%), vegetais (-4,5%) e frutas (+6,1%). Na direção oposta, concorreram carnes de aves (+10,5%), ovos (+24,2%) e laticínios. Porém, nos últimos 12 meses o item apresenta alta de 111%”, afirmaram.

Na FIEL, os mais pessimistas entre os consultados veem alta para o mês não abaixo de 7,6%. Ainda que não seja essa a variação, qualquer resultado voltará a martelar o frágil rendimento dos argentinos.



Publicado en el diario La Nación

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