LN – Estados Unidos reiteraram denúncias sobre impunidade e corrupção na Argentina

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WASHINGTON.- Os Estados Unidos reiteraram mais uma vez as denúncias de impunidade, corrupção e falta de eficiência e independência do Judiciário em sua última edição do Relatório de Direitos Humanos do Departamento de Estado, uma das obras emblemáticas da diplomacia norte-americana, implementada em a presidência de Jimmy Carter na década de 1970.

Como em anos anteriores, o Departamento de Estado enumerou os problemas e violações de direitos humanos existentes na Argentina, entre os quais destacou execuções ilegais e arbitrárias, incluindo “execuções extrajudiciais”, condições carcerárias, “graves problemas com a independência do judiciário” e “ grave corrupção do governo”.

“A lei estabelece sanções penais para a corrupção de funcionários, mas o governo não implementou a lei de forma eficaz. Houve inúmeras denúncias de corrupção governamental durante o ano. Instituições fracas e um sistema judicial muitas vezes ineficaz e politizado minaram as tentativas sistemáticas de conter a corrupção”, afirmou o relatório.

Ao se referir à corrupção, o Departamento de Estado reiterou a mesma advertência, praticamente copiada, nos relatórios que havia divulgado em anos anteriores, inclusive em 2020, quando Donald Trump ocupou a Sala Oval da Casa Branca e o governo de Alberto Fernández assumiu apenas há poucos meses atrás. O mesmo parágrafo sobre corrupção também apareceu no relatório apresentado em 2019, último ano do governo Macri. Durante o governo de Joe Biden, o governo dos Estados Unidos renovou o mesmo alerta sobre a corrupção e a independência da Justiça ao falar sobre direitos humanos na Argentina.

O governo dos EUA disse ainda que o governo argentino “tomou medidas limitadas para identificar, investigar, processar e punir funcionários que cometeram abusos dos direitos humanos ou se envolveram em atos de corrupção”. E acrescentou que a impunidade continua a ser um grande problema nas forças de segurança a todos os níveis.

“A corrupção e um sistema judicial lento e politizado dificultaram os esforços para investigar os abusos”, disse o Departamento de Estado.

O Relatório sobre Direitos Humanos do Departamento de Estado é um dos principais relatórios da diplomacia americana. Todos os anos, as embaixadas e consulados dos EUA coletam informações sobre violações e abusos dos direitos humanos em 198 países e territórios. Algumas das mesmas advertências que o governo dos EUA agora reiterou também apareceram no último relatório anual da organização Human Rights Watch, que alertou que a ofensiva do governo na Justiça, os atrasos na nomeação de juízes e outros cargos, como o Procurador Geral, e o corrupçãoinclusive no judiciário, minaram o estado de direito na Argentina.

“Na Argentina, a retórica hostil aos juízes por parte das autoridades, os atrasos na nomeação de juízes e outras autoridades de alto nível e a corrupção, também presente no judiciário, minaram progressivamente o estado de direito”, alertou o relatório da organização.



Publicado en el diario La Nación

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